sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Os Jovens e seus Norteamentos

"Ele habita em um mundo com excesso de informações, acontecimentos e demandas. Um mundo virtualizado em que aspectos tecnológicos são extremamente envolventes, ao passo que os relacionamentos humanos se tornam cada vez mais complicados. É um reflexo: tenta dar conta de tudo ao mesmo tempo em que procura compreender quem é e qual seu papel no mundo." Cita o psicólogo e professor universitário, André Camargo.

Os Jovens hoje, estão propostos a viver tudo ao mesmo tempo e com a maior intensidade possível. As crises de comportamento, normal desta transição à faixa adulta da vida, estão se tornando cada vez mais descontroláveis. A interiorização dos sentimentos, a vitimização nas várias situações, a perturbação psicofisiológica, a necessidade de buscar sentido à fase etária que está vivendo, transforma o jovem em um ser monstruoso, à vista da sociedade exterior.

A procura incessante de explicações para seus pensamentos confusos, a busca do que está acontecendo com o seu corpo, as respostas para tantos "porquês", muitas vezes, quando não tratadas em casa com os pais, acabam saindo de locais não confiáveis, de fontes duvidosas que podem fazer com que as informações erradas cheguem a esses jovens como verdades, e eles, por falta de orientação, praticam essas informações que se tornam, sutilmente, um problema no futuro.

A fase que se passa durante essa transição demanda delicadeza e firmeza dos pais com relação à compreensão e norteamento dos filhos. Os jovens têm que ser informados das mudanças físicas, psicológicas, as mudanças da sua visão para com a sociedade, as mudanças da sociedade para com eles, mesmo antes que eles entrem nesta faixa de perturbação.

Na verdade, se o assunto for tratado  previamente, com as informações necessárias dadas por pessoas em que confiam e que têm uma base para ensinar, o jovem não se perderá nas várias questões que irão surgir, nem ver essa fase como perturbadora, mas sim, passar por ela com a tranquilidade necessária entendendo-a como um passo a mais na escada da sua evolução moral e intelectual.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O usuário de drogas pode ser totalmente responsabilizado pelo narcotráfico?

Atualmente lemos em muitos textos jornalísticos, a relação do usuário de drogas com o narcotráfico, até porque, estão totalmente e diretamente ligados um ao outro. Hoje o narcotráfico e o uso de narcóticos não se limitam mais somente às classes baixas. O uso e venda de entorpecentes atingiu, rápida e estrondosamente, as classes média e alta. Mas, contradito-me perguntando-lhes se o uso destas substâncias não seriam oriundas destas classes, afinal, tudo pode acontecer num mundo onde qualquer ação não terá uma reação proporcional, pelo simples fato da classe social em que esses delinquentes se encontram, lhes permitir. Mas, deixemos de lado as origens e aprofundemos na responsabilidade da tamanha proporção que o narcotráfico vem atingindo.


Permito-me fazer um questionamento ao leitor: O mercado existe porque há usuários ou há usuário porque existe mercado? São perguntas que, saltam aos olhos, como totalmente contrárias, mas ouso afirmar que as duas se completam. Por quê? Explicar-me-ei.


O mercado existe porque há usuário.
Muitos afirmam: “Se não há procura, não há venda”. E considero esta afirmativa correta, afinal se não houvesse usuários e muita procura o narcotráfico não tomaria esse rumo tão lucrativo e de fácil acesso como acontece hoje. Atualmente o tráfico de entorpecentes é o segundo mercado mais lucrativo, vencido apenas pelo grande e incontrolável, tráfico de armas, que é hoje, sustentado justamente pelo narcotráfico.
Chamando, um pouco, a atenção pelas causas de tantas pessoas procurarem as drogas, cito alguns dos possíveis motivos: influência, grupo de amigos, falta de estrutura familiar, e, por último, mas não menos importante, a falta da comunicação familiar. As influências por pessoas que já conhecem ou já experimentaram algum entorpecente, o grupo de amigos que sempre encorajam ao “experimentar”, a falta de estrutura familiar da família que se formou “por acaso” ou como hoje em dia se usa “por acidente” e a falta da comunicação da família que se vê somente de manhã antes de ir para aula ou trabalho e à noite antes de dormir. Não me aprofundarei nessas causas por não ser para isso que estamos buscando respostas, mas é interessante saber das causas que levam o indivíduo, provavelmente futuro usuário, a buscar algum sentimento, alguma atividade para que possa preencher, momentaneamente, esse vazio. E é aí que o indivíduo sai às ruas, e encontra justamente o que procurava para sustentar seu vício ou afogar suas mágoas: AS DROGAS. Mas, volto mais uma vez a um questionamento: Se não houvesse o mercado nas ruas, essa pessoa procuraria outras formas de preencher seu vazio, concordam? Então, chegamos à afirmação: O usuário existe porque há mercado. As drogas iludem muito fácil, e fazem com que as pessoas se esqueçam que o seu efeito alucinógeno é passageiro e que logo voltarão ao estado de sã consciência e tomarão conhecimento (ou não!) da falta de responsabilidade que lhes tomam. Mas esse mercado do narcotráfico, como qualquer outro, é cruel, frio e calculista, não leva em conta as consequências que seus consumidores terão, mas sim, no quanto os seus bolsos lucrarão. Este, seguindo a linha de pensamento Mercantilista visa somente o lucro, e é daí que vêm os grandes investimentos, cada vez mais e mais gente investindo, e quanto mais gente investe, mais drogas há nas ruas, e quanto mais drogas há nas ruas, mais pessoas utilizam, e quanto mais pessoas utilizam, mais famílias são destruídas e mais pessoas morrem. Infelizmente este é o ciclo do Narcotráfico.


Não podemos culpar totalmente o usuário pelas proporções que o narcotráfico vem tendo. O mercado calculista investe no campo por haver muita procura, e há muita procura por haver o mercado investidor. E sinceramente, não vejo a possibilidade de uma saída, de uma solução para esse problema: Invasão de favelas? Outras bocas se formarão. Fiscalização das fronteiras? Seria como tentar ensacar fumaça. Prisão dos traficantes mais influentes? As suas quadrilhas continuarão atuando. Informação sobre os riscos e consequências? Em toda embalagem de cigarro há o aviso, e nem por isso os viciados deixam de comprar. Sinto-lhes afirmar, mas este é um círculo vicioso em que a sociedade se prende cada vez mais, e por ser um vício, é necessário aos integrantes, e por ser um círculo, não irá acabar. Infelizmente esta é a realidade em que vivemos.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Chuvas no Rio de Janeiro e São Paulo:





(   ) Negligência das autoridades
(   ) Estamos colhendo o que plantamos
(   ) Fúria da Mãe Natureza
(X) As três opções estão corretas

Sim, senhores! Para mim, todo esse caos é uma combinação destes três fatores-chave.Explicar-me-ei:

1ª: Negligência das Autoridades:

A falta de estrutura é um dos problemas que se passa quase 'batido' pelas autoridades. Vê-se, tanto o Rio de Janeiro quanto São Paulo (focaremos nos dois, por terem os piores resultados nessas chuvas), estados que estão num processo de crescimento acelerado, não têm uma estrutura necessária para atender à necessidade de todos os moradores... Começa-se então, a construção de casas em áreas de risco, como na última vez que ocorreram os deslizamentos: casas feitas em cima de um antigo depósito de lixo. Ou seja, sem um programa para atender à todas essa demanda de crescimento, essas construções de risco são cada vez mais presentes, principalmente na época de eleições quando esses barracos são o pagamento em troca de votos, não é verdade, políticos eleitos? O povo precisa de algum lugar pra ficar, mas casas num lugar seguro e bem localizado não há mais, então, o que lhes resta a fazer é construir suas casas no lugar que eles 'encontram'. 

Numa reportagem da qual assisti, Alckmin citou a possibilidade de pegar dinheiro emprestado (ou alguma coisa assim, não me lembro bem), para construir moradias para os desabrigados e para aqueles que moram em áreas de risco. MUITO BEM, ALCKMIN! Após 506 mortes (isso até o presente momento), finalmente, você encontrou uma solução! Infelizmente senhores, este é o preço para que a população menos favorecida tenha o direito de ter suas casas em lugares seguros, mais de 500 pessoas tiveram que morrer para que suas famílias, ou melhor, o que restou de suas famílias, tivessem um lugar digno para viver. 

Mas, é a nossa realidade! Aqui no Brasil, temos que ver 'a coisa ficar preta' para conseguirmos alguma coisa! Infelizmente, este país só pega no tranco! Olha que, na Austrália eles tiveram uma das piores (senão A pior) catástrofes da sua história, e o número de mortos não passou de vinte, isso mesmo, VINTE!. A partir daí, tirem suas próprias conclusões, estes dados da Austrália em comparação com os do Brasil, dispensam qualquer comentário. Não estou sendo irracional, é claro que são economias e desenvolvimentos totalmente diferentes, mas que ao menos o Brasil poderia correr atrás, e não esperar a dor de tanta gente para agir, ah isso poderia!



2ª: Estamos colhendo o que plantamos:

Dinheiro. Ganância. Individualismo. Consumismo inconsciente desenfreado. Isso foi o que plantamos, e agora estamos colhendo os amargos frutos desta maldita safra. 

O grande causador de todas estas chuvas aqui no Sudeste é o DESMATAMENTO. Mais precisamente, o desmatamento da Amazônia, o Pulmão do Mundo. Como vocês já devem saber, são as árvores que captam todo (ultimamente apenas uma parte, porque não estão mais 'dando conta do serviço') o Gás Carbônico (CO²) que nós produzimos, para que ocorra a Fotossíntese. Retirando essas árvores, principalmente da Amazônia, que faz parte da nossa Zona de Convergência (que no básico, é uma corrente de ar que empurra as nuvens da Amazônia para o Sudeste), a concentração de CO² "no ar" fica exacerbada, fazendo com que a temperatura aumente. A temperatura aumentando, ocorre com rapidez e proporções maiores a vaporização, fazendo com que as nuvens fiquem mais carregadas, mas pelo fato de haver a Zona de Convergência, essas nuvens são empurradas para o Sudeste. Ou seja, toda a água que foi vaporizada lá na Amazônia, acaba desaguando aqui.

Bom, toda essa explicação científica-meteorológica foi para mostrar como as atividades impensadas em algum local do Mundo, influencia DIRETAMENTE na vida de outras pessoas. Quer dizer, os grandes chefões que comandam o desmatamento naquela área estão tranquilos, dormindo em suas mansões sem qualquer tipo de preocupação, enquanto famílias inteiras são destruídas, juntamente com tudo o que eles levaram toda uma vida para conseguir. Neste texto entra: Dinheiro, Ganância e Individualismo.

Sobre o comsumismo inconsciente desenfreado, falarei agora.
A indústria hoje, movimenta uma grande parte da economia do país, desde um esmalte à uma TV 3Dimesões com redes sociais e MSN. Praticamente TUDO o que compramos hoje, é industrializado, veio de alguma fábrica. Mas a indústria também tem um grande papel no Atestado de Óbito da Terra. Desde o processo de retiragem da matéria-prima até a chegada do produto na sua casa, TUDO exige um pouco da natureza, que já está ESGOTADA de tanto dar e não receber nenhum retorno. Mas, quanto mais a indústria produz, mais nós compramos, mais coisas vão para o lixo, e mais coisas são lançadas, e então ainda mais coisas nós compramos, o que faz com que a indústria produza ainda mais, que faz a gente comprar ainda mais, que faz a gente descartar ainda mais... E neste círculo vicioso a Terra vai se acabando, e nós fingindo que não está acontecendo nada. E ainda tem concessionárias que se orgulham ao dizer que foi a que mais vendeu carros durante o ano. E, me equivoquei ao dizer que a natureza não ganha nenhum retorno, ela ganha sim: Toneladas e mais Toneladas de lixo, este é o retorno, este é o 'agrado' que damos à natureza por dar-nos TUDO, TUDO o que precisamos.


Então, quanto mais consumimos, mais lixos vão para as ruas, rios, bocas-de-lobo, etc, e quando vem a chuva, não tem para onde escorrer: as bocas-de-lobo estão tomadas pelo lixo, os rios não têm mais para onde transbordar, e então a única saída para a toda aquela chuva são as ruas.



Esta já é a minha 3ª alternativa: A Fúria da Mãe Natureza, que já não suporta mais tanto desprezo dos seus filhos e está nos cercando por todos os lados que ela pode. E a única certeza que podemos ter, meus caros,  é que NÃO TEMOS PARA ONDE FUGIR.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Brasil, um país de todos." Será?







Sei que essa frase já está mais do que 'manjada' por aí, mas meus caros, essa é uma frase que ouvimos todas as vezes que ligamos a TV, todas as vezes que ligamos o rádio, etc, e que não está seguindo o seu curso de verdade.
Realmente há em outros blog's muitos assuntos que usam dessa frase para desenvolver textos, mas o que vou tratar agora, senhores, é da ACESSIBILIDADE. 

Outro dia estava lendo alguns artigos sobre o assunto e achei o site da revista da qual Mara Gabrilli é colunista. Para quem não conhece, Mara Gabrilli é Deputada Federal, Vereadora, Psicóloga, Publicitária, Colunista e tetraplégica desde 1994. Bom, em um desses artigos ela contou sobre a sua primeira viagem à Brasília depois de ser eleita, e, como imagino que vocês já presumem, foi realmente um CAOS. 

Estou usando este exemplo da Gabrilli, porque ela é uma pessoa conhecida, mas eu mesma vivencio isso com uma amiga cadeirante que tenho. A acessibilidade hoje, é um assunto muito falado, muito respeitado, é muito bom, uma maravilha... NA TEORIA, infelizmente, porque na PRÁTICA ainda não se vê totalmente. 





Ainda dou um desconto na minha cidade, porque é uma cidade histórica, tombada pelo IPHAN e que pra poder fazer alguma 'reforma' é uma tamanha burocracia. Mas mesmo assim, será possível que alguém com deficiência física não possa morar numa cidade como esta? E onde está o livre arbítrio? Que pelo que sei é um direito de todos... Aqui, não se vê pessoas com deficiências nas ruas, pra falar a verdade, a única pessoa que eu já vi em algum canto da cidade, e com disposição para sair e enfrentar essa falta de acessibilidade, é essa minha colega. Ninguém mais, senhores. E não estou sendo exagerada. Ou seja, a maior parte dos deficientes na minha cidade não aproveitam, ou melhor, não podem aproveitar o 'melhor da vida', simplesmente porque é uma cidade para 'andantes'!




Nas cidades grandes é um pouco mais comum de ser ver rampas, ou alguma coisa do tipo. Mas, como o Fantástico mostrou em uma das suas reportagens, o transporte público ainda é muito, muito precário. Aí então, mais um direito de um cidadão cadeirante é privado. 

Falta de constante manutenção nos ônibus, falta de ambulifts nos aeroportos , em alguns metrôs a falta de elevadores ou rampas, Telefones Públicos (orelhões), táxis ainda não adaptados, cinemas, teatros, entre muitos outros... O fato é que a falta de respeito para com os cadeirantes quando se trata do tão falado direito de 'ir e vir', é realmente presente e em altos níveis





O que eu acho, é que um país, que se diz 'em evolução', que está 'andando pra frente', deveria olhar para aqueles 30 milhões de deficientes, que andam em duas rodas e não deixá-los para trás nessa evolução. Aí sim, seria o Brasil, um país de TODOS.